Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021 apresenta redução da verba destinada inclusive às áreas de fiscalização ambiental e combate a incêndios florestais. Queimadas na Amazônia e no Pantanal em 2020 superaram dados do ano anterior.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2021, que ainda será analisado pelo Congresso, tem a menor proposta de orçamento desde 2000 para o Ministério do Meio Ambiente – R$ 1,72 bilhão -, segundo relatório desta sexta-feira (22) divulgado pelo Observatório do Clima (OC), rede de 56 organizações da sociedade civil.
Além disso, segundo o relatório:
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- O governo propõe uma redução de 27,4% do orçamento destinado para fiscalização ambiental e combate de incêndios florestais em comparação com 2020, incluindo os valores que seriam destinados ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio);
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- Essa redução na verba de fiscalização ambiental e combate de incêndios, se comparada com o ano de 2019, é ainda maior: 34,5%;
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- No caso da verba destinada à criação, gestão e implementação de Unidades de Conservação (UCs), a redução em comparação com o ano passado é de 32,8%. Em comparação com o ano de 2018, ainda na gestão de Michel Temer, a queda é de 61,4%.
E vale ressaltar que os incêndios no Pantanal cresceram 210% no ano de 2020, mostram dados do Inpe.
Dados consolidados do Inpe apontam que o bioma, que arde em chamas, registrou 14.489 queimadas de 1º de janeiro até 12 de setembro, contra 4.660 no mesmo período do ano passado. Verbas diminuirão em 2021.
Na comparação com 2019, a quantidade de incêndios nas florestas brasileiras já subiu 10% em 2020. O crescimento mais alarmante é no Pantanal. Em relação ao intervalo entre 1º de janeiro e 12 de setembro de 2019, o número de queimadas no bioma deu um salto de 210% neste ano — passou de 4.660 para 14.489.
Enquanto isso, a área florestal do Brasil mais afetada pelo fogo em 2020 é a Amazônia: até o último sábado, o Inpe registrou 60.675 incêndios na região, 8% a mais do que o contabilizado no mesmo período de 2019 (56.085). No ano passado inteiro, a quantidade de queimadas na floresta foi de 89.176, 30% a mais do que os 68.345 focos de calor na Amazônia em 2018.
Segundo o Inpe, a área desmatada na Amazônia por conta do fogo foi de 1.359km² em agosto. O número é o segundo maior para o mês dos últimos cinco anos, perdendo apenas para agosto do ano passado, quando as queimadas consumiram 1.714km² da floresta.
Consequência das queimadas
As principais consequências das queimadas no Pantanal, são:
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- Perda da biodiversidade
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- Desequilíbrio do ecossistema
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- Empobrecimento dos solos
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- Alteração no regime de chuvas e rios
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- Aumento da emissão dos gases do efeito estufa
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- Contribuição com o aquecimento global
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- Provocam doenças respiratórias nos humanos
O maior impacto das queimadas é a perda da biodiversidade. Tendo em vista que a região é riquíssima em fauna e flora.
Os danos são causados pelo fogo e pelos impactos por ele causados e, atingem a vegetação, os animais, a população exposta e a economia.
- Danos socioeconômicos
A devastação prejudica o turismo ambiental, tendo em vista que o Pantanal é visitado pelo mundo inteiro, por possuir vasta biodiversidade.
A pesca, como meio de subsistência de espécies específicas da região, também foi prejudicada pelo fogo. Pois, a liberação de gases prejudica a qualidade da água.
- Danos Ambientais
Se os danos socioeconômicos já são enormes, os ambientais são inimagináveis.
Especialistas estimam que, a depender da intensidade do incêndio, a regeneração do Pantanal pode levar mais de 50 anos.
As áreas que passam por incêndios severos ou frequentes, perdem a sua fertilidade, na estrutura da sua vegetação, que servem de habitat para diversas espécies.
O fogo destrói as Áreas de Preservação Permanente, incluindo, por exemplo, nascentes e beiras de rios, o que prejudica o curso natural das águas.
Fontes: G1.com / correiobraziliense.com.br / iusnatura.com.br
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