Conheça o ginseng brasileiro, raiz nativa das ilhas do Rio Paraná que faz sucesso fora do país

95% da produção da planta vai para o exterior, com destaque para a China, garantindo renda a ribeirinhos e assentados no Brasil. Planta ainda está em estudo pela ciência, mas ilhéus dizem que ela aumenta a disposição, o apetite e é até afrodisíaca.

O ginseng é uma raiz muito usada na medicina oriental, com promessa de vários benefícios à saúde. E aqui no Brasil tem uma espécie semelhante, nativa das ilhas do Rio Paraná, que tem feito muito sucesso, inclusive fora do país.

A produção estimada para a safra 2019-2021 é de 300 toneladas, sendo que 95% da produção é exportada. A China é a maior compradora e fica com metade do que é vendido lá fora.

A raiz é cultivada por pequenos produtores rurais da região, que são chamados de “ilhéus”, expressão que define aquele que nasceu, viveu ou tem alguma ligação com as ilhas do Rio Paraná.

Um deles é o agricultor Misael Nobre, que conta que o ginseng sempre foi conhecido como um santo remédio. Na região, a raiz até recebia o nome de “para tudo”, porque era receitada para diversos tipos de problemas. O produto ainda está em estudo pela ciência, mas os ilhéus dizem que a planta aumenta a disposição, estimula o apetite, reduz o estresse e também é afrodisíaco.

“[O ginseng] não é remédio. É uma planta que tem propriedades que ajudam no bem-estar, fortalece o sistema imunológico e pode ser usada associada a promoção de saúde”, diz Narliane Martins, bióloga, pesquisadora e consultora de negócios do Sebrae.

Potencial da raiz

O nome científico do ginseng das ilhas do Rio Paraná é Pfaffia glomerata. A planta tem pouco mais de um metro de altura, folhas pequenas e raízes que lembram batatas.

O potencial dela está em um composto, que, por enquanto, é extraído da raiz da planta: o beta-ecdisona.

A própria planta usa o beta-ecdisona para se proteger. Por exemplo: se o ginseng sofre com seca forte, excesso de umidade ou até uma queimada, é esse composto que ajuda a planta a se recuperar.

“Os povos antigos usavam para lavar o rosto, para lavar ferida. Uma pessoa estava meia triste, meia pra baixo, tomava um ginseng, dava uma melhorada. É um energético natural, mas não se sabia o seu potencial”, diz o produtor Misael Nobre.

Além disso, o cultivo feito pela associação é orgânico, ou seja, não tem o uso de nenhum tipo de agrotóxico.

“Isso garante a perpetuação da planta. Não adianta eu arrancar agora e não ter nada amanhã. Eu preciso preservar isso daqui. Nós somos guardiões do ginseng nativo”, diz Misael Nobre.

Sucesso internacional

E foi por causa dos benefícios do ginseng brasileiro que chineses, japoneses e franceses atravessaram o oceano para comprar a raiz.

Para atender a essa nova demanda, a planta deixou as ilhas do rio Paraná e começou a ser cultivada nos assentamentos.

Animados com as vendas, ilhéus e assentados montaram a Associação de Pequenos Agricultores de Ginseng de Querência do Norte (PR). São 27 associados que cultivam a raiz em cerca de 50 hectares.

Produção sustentável

Hoje em dia, nas ilhas, só é permitida a colheita de forma sustentável. Se um pé de ginseng é arrancado, outros precisam ser plantados imediatamente.

Além disso, o cultivo feito pela associação é orgânico, ou seja, não tem o uso de nenhum tipo de agrotóxico.

“Isso garante a perpetuação da planta. Não adianta eu arrancar agora e não ter nada amanhã. Eu preciso preservar isso daqui. Nós somos guardiões do ginseng nativo”, diz Misael Nobre.

Fonte: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2021/10/24/conheca-o-ginseng-brasileiro-raiz-nativa-das-ilhas-do-rio-parana-que-faz-sucesso-fora-do-pais.ghtml

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