O Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe) fez um alerta que chamou a atenção da cadeia produtiva. A entidade declarou que todos os sinais do mercado indicam uma demanda ainda bastante aquecida em 2021 diante de uma safra enxuta por causa do clima. Diante do cenário, o presidente da entidade, Marcelo Lüders, afirma que há risco de desabastecimento do produto no Brasil caso o governo não tome providências.
O professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), Celso Grisi, lembra que de 2014 até 2016, ocorreu um cenário semelhante. “No período, a produção foi muito alta e a demanda relativamente mais baixa, então o produtor parou de produzir. Em 2016, os preços subiram fortemente e tivemos um problema de abastecimento”, relata.
“A mesma coisa pode acontecer agora. A falta de chuva nos plantios pode causar uma escassez na produção nacional, o que deixa o governo sem saída a não ser importar o grão”, completa.
E feijão não será o único item agrícola a ser adquirido no exterior pelo Brasil. Segundo dados do Ministério da Agricultura (Mapa), de janeiro a novembro de 2020, houve uma disparada na importação de arroz e óleo de soja. Segundo o Mapa, o Brasil importou 160 mil toneladas de óleo de soja no período.
- Cultura do Feijão
O feijão comum é produzido em todas as regiões brasileiras. Entretanto, as condições de clima e solo das regiões produtoras, e as características agronômicas da planta interferem na escolha da melhor época de semeadura. Hoje, a Embrapa conta com ampla variedade de cultivares desenvolvidas para as diferentes condições de clima e solo do País.
Mato Grosso:
Época de semeadura: janeiro a março (safrinha ou 2ª época) / maio a julho (feijão irrigado ou 3ª. Época)
Ciclo de cultura: varia de 75 a 95 dias, dependendo da cultivar.
O Brasil é o maior produtor de feijão comum (Phaseolus vulgaris) do mundo. Os estados do Paraná, Minas Gerais e Bahia são os principais produtores, o que corresponde a quase 50% da produção nacional. No último ano agrícola (2012-13), estima-se que a área cultivada apenas com feijoeiro comum no Estado do Mato Grosso chegou a 100.000 ha, representando cerca de 3,1% da área produzida no Brasil e cerca de 3,5% da produção brasileira.
Pelo programa de melhoramento, a Embrapa desenvolveu 20 cultivares de feijão, considerando os grupos comerciais e tipo branco, cujas características se destacam pela qualidade dos grãos, tolerância a doenças, potencial produtivo, focando tanto agricultura familiar quanto empresarial (inclusive para exportação) e qualidade culinária.
Fontes: www.ibrafe.org / www.canalrural.com.br / www.embrapa.br
Imagem: pinterest