Em agosto de 2020, a Apple lançou uma atualização para o sistema operacional iOS. A versão 14 da plataforma trazia melhorias ao sistema como um todo. Mas não foi o novo visual e nem as novas funcionalidades que roubaram a atenção. A partir do update, a fabricante do iPhone informou que iria adicionar uma camada extra de proteção aos dados de usuários.
Com mais de 3,3 bilhões de usuários espalhados em suas plataformas digitais (Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp), o Facebook é a principal empresa que faz uso do artifício.
A novidade deu ao usuário o poder de decidir o nível de permissão de rastreamento e coleta de dados que cada aplicativo terá. É preciso autorizar que os aplicativos instalados no smartphone coletem dados de rasteio do celular para serem usados com fins publicitários.
É fácil perceber o porquê de o Facebook não ter gostado da novidade. A rede social depende desses dados como fonte de personalização de conteúdo, receita e direcionamento de anúncios.
Certamente, você já fez uma pesquisa no Google e, 5 minutos depois, um anúncio relacionado à sua pesquisa surgiu no Instagram e Facebook. É através dessa coleta de informações que isso é possível, e é aí que a sua privacidade entrou na “conversa”.
A Apple diz defender a privacidade dos usuários, que “devem saber quando os dados estão sendo coletados e compartilhados por outros aplicativos e sites — e devem ter a escolha de permitir isso ou não”. Ela ainda citou diretamente o Facebook como exemplo de aplicativo que “coleta o máximo de dados possível”.
O CEO da Apple, Tim Cook, reforça que “transparência e reforma” são necessárias para garantir a privacidade do público.
O Facebook afirma que a Maçã faz a própria coleta de informações e usa a posição de domínio como dona dos aparelhos, sistemas operacionais e lojas digitais para sufocar opositores.
Zuckerberg afirma que a coleta de dados para fins comerciais é importante para ajudar pequenos comércios locais, que só conseguem alcançar o consumidor na plataforma por causa de mecanismos como a geolocalização. Reduzir a prática, portanto, pode indiretamente prejudicar esses estabelecimentos.
Google se rende à nova política de privacidade da Apple
O que talvez o Google tenha percebido muito antes do Facebook é a importância que as pessoas têm dado para a privacidade online. Depois de uma década de compartilhamento irrestrito de dados, as pessoas parecem ter entendido o valor de suas informações no ambiente da web.
Embora o Google esteja passando pelo mesmo escrutínio sobre sua prática de cobrança de taxas, sua postura sobre a permissão prévia para rastreamento já era esperada. Engenheiros da empresa afirmam há algum tempo que devem abandonar a tecnologia de cookies em breve e até mesmo seu onipresente sistema de entrega de anúncios Google Ads irá deixar a prática de rastreamento individual, optando por uma entrega de anúncios baseada em cohorts – agrupamentos de pessoas com interesses similares, mas que não permite mapear o comportamento individual de ninguém.
O que vai acontecer?
No fim das contas, ambas as companhias estão certas nas acusações de que a coleta de dados é exagerada e de que um controle é necessário. Porém, não se engane: as duas gigantes merecem as críticas pelas práticas contra a privacidade da comunidade e a concorrência.
O Facebook aponta que por conta da nova política da Apple, a internet em si ficará muito mais cara, pois muitos aplicativos e sites terão que começar a cobrar taxas de assinaturas ou adicionar mais opções de compras em apps para sobreviver.
Será que essa guerra vai chegar ao ponto de Zuckerberg cobrar aos usuários de iPhone para usarem o Facebook, Instagram e WhatsApp?
E você, o que acha dessa história, deixe eu seu comentário.
Por: Ricardo MdeMelo
Especialista em Marketing Digital
MdeMelo Marketing Digital
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