Independência ou morte?

Durante a última semana, um tema de redação muito interessante circulou na instituição de ensino na qual leciono. Escolhida por professores super antenados na atualidade do país, os alunos pensaram no assunto “Bicentenário da Independência: enfrentamentos daquela época e atuais”. Como sou professora de história, várias vezes fui questionada sobre a caminhada até o dia 7 de setembro e concomitantemente surge em mim a necessidade de lembrá-los da injustiça social ao qual fomos formados. Pensando em tudo isso, resolvi mergulhar na história que nos foi contada sobre esse momento e como ele afeta a educação no artigo desta semana.

Pedro de Alcântara I proclama a independência em 1822 após pressões incessantes de uma elite carioca que apesar de ser liberal, ainda se encontrava muito mais próxima do nosso passado colonial. Por razões como essa, me parece óbvio dizer que nosso passado é um amontoado de ofuscamentos opressores e que a construção da liberdade no dia da independência se dá de maneira fantasiosa. Em outras palavras, foi preciso criar símbolos pátrios e heroicamente remontar uma história marcada por desigualdade social e preconceito para o estabelecimento de uma falsa unidade política e cultural.

Diante do exposto, cabe a mim concluir que a educação baseada em análises arbitrárias nos mostram a visão opressora da maioria dos fatos e assim nos tornam mais suscetíveis a repetir a busca por uma personificação de herói na contemporaneidade. Sendo assim, cabe a nós cidadãos brasileiros observar a nossa história com mais cautela, sem nos esquecermos das minorias que lutam tanto por sua própria independência. 

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