Como estamos cuidando das relações humanas, após estarmos cercados pela tecnologia?
Com a chegada da pandemia do COVID-19 iniciou-se uma necessidade de adaptação dentro do nosso mundo para receber o “office”, onde o trabalho adentrou a nossa intimidade para acolhermos as rotinas de trabalho, reuniões, treinamento, conferências, dentre outras necessidades de relacionamento, onde muitos não estavam devidamente preparados. Cenário este que apesar de distante fisicamente, ainda assim, aproximou as pessoas e negócios, além de criar oportunidades que talvez no presencial não seria possível, em função do deslocamento, tempo e até mesmo de custos imputados, nas relações.
Cada um se adaptou do seu jeito para não perder o contato com as pessoas, o relacionamento com a equipe, com os gestores, e com a sociedade como um todo, nos encapsulamos em nosso mundo, no entanto, como estamos cuidando das relações humanas, após estarmos cercados pela tecnologia?
Aparentemente, tudo em nossa volta está conectado, porém, ainda sem de fato considerar o protagonista das relações o “fator humano”. Apesar da tecnologia ser uma grande aliada, por diversas vezes nas reuniões percebeu-se que as pessoas deixaram de expor suas opiniões, sentindo-se reprimidas por receio das gravações, as câmeras fechadas por não querer expor sua casa ou a sua privacidade e por diversos outros motivos pessoais, razão pela qual houve a perda da oportunidade da conexão de fato por meio dessa interface, logo, esse cenário também contribuiu com o esfriamento das relações humanas, esquecendo cada vez mais que atrás de telas e webcams existem pessoas.
Diante da facilidade em estabelecer contatos por meio da tecnologia, de repente um acúmulo de atividades, reuniões constantes e a necessidade de estar conectado gerou um distanciamento afetivo, onde as emoções, as relações interpessoais e individuais ficaram em segundo plano, contribuindo com o desenvolvimento de doenças físicas e psicológicas.
Neste contexto, vê se o ser humano assumindo a responsabilidade de reconstruir as relações mais próximas através do contato on-line com o objetivo de estreitar o convívio saudável, sem deixar de lado a emoção e a razão.Mas, será que estamos conseguindo fazer isso de fato?
Essa reflexão deve ser constante, tendo em vista que a humanização contribui com o aumento do comprometimento e do engajamento de maneira mais efetiva, levando à cooperação, onde as pessoas sentem-se acolhidas, respeitadas e valorizadas, além de despertá-las à felicidade no que fazem, gerando uma consciência plenamente satisfeita, tendo em vista que não se pode esquecer que o ser humano tem necessidades físicas e emocionais.
É certo que quando se refere à felicidade, esta é a soma de sentimentos sobre qualidade de vida, que inclui vida interior, familiar, relacionamentos, situação financeira, comunidade, saúde, lazer, trabalho, liberdade e outros. E nesse contexto, cada pessoa precisa se descobrir e/ou redescobrir, tendo em vista que não é possível afirmar que a felicidade é permanente. Nesse sentido, os estudos da psicologia sugerem que 40% da felicidade pode ser determinada por atitudes e escolhas, individuais. Portanto, você é o responsável pela sua felicidade.
Face ao exposto, é perceptível que a inteligência emocional é fator importante nas relações e que contribuirá substancialmente com a mitigação das doenças psíquicas, principalmente em um ambiente onde a solução de conflitos imediata é querida. Portanto, você é o protagonista do seu estado de felicidade.
Por: Ivone Vieira