Advogada, casada, mãe de dois filhos, Goianiense atuando profissionalmente nas áreas:
Árbitra da Câmara de Arbitragem de Goiânia, Assessora da Promotoria de Defesa das Vítimas e Acidentes de Trabalho do MP-GO, Conciliadora de Família no Tribunal de Justiça de Goiás, gestora de propriedade rural com atuação na pecuária leiteira, pecuária de corte e cultivo de milho para silagem e grãos.
- 1.ª Coordenadora da Comissão de Mulheres Cooperativistas da Comigo
- 1.ª Presidente da Comissão de Produtoras Rurais do Sindicato Rural de Rio Verde
Atualmente:
- Vice-presidente da Comissão de Produtoras Rurais do Sindicato Rural de Rio Verde;
- Secretária da Comissão de Mulheres Cooperativistas da Comigo;
- Conselheira do Conselho Municipal de Direitos da Mulher.
A quanto tempo você está na gestão da propriedade rural?
Estou atuando na gestão da propriedade rural na área de pecuária de corte, pecuária leiteira, bem como na agricultura focada na produção de milho silagem e milho grão desde 2013.
Qual os desafios enfrentados?
Os desafios foram vários, pois venho de uma área totalmente urbana e não tinha conhecimentos do rural.
Passei por situações constrangedoras e engraçadas, tais como não saber identificar e diferenciar uma plantação de milho pronta para colher os grãos e para colher silagem. Não saber identificar uma vaca recém-perdida de uma vaca doente.
Sofri muita discriminação, por ser urbana e por ser mulher. A superação veio com a qualificação constante, através de treinamentos oferecidos pela COMIGO, pelo SENAR, bem como com a ajuda de amigas que conquistei no agronegócio, além da constante e atenciosa observância e análise do trabalho dos colaboradores e parceiros.
A humildade e o interesse de adquirir novos conhecimentos foi o verdadeiro diferencial.
Qual a sua maior dificuldade nessa gestão?
A quebra do paradigma, de que uma mulher exclusivamente urbana não conseguiria atuar na lida no meio rural, foi a grande dificuldade pela qual passei. Porém, essa dificuldade foi superada satisfatoriamente.
Podemos assim concluir, que as mulheres fazem praticamente o impossível para alcançar os resultados almejados, eis que nos cobramos muito mais e de forma contundente para podermos chegar ao sucesso pretendido.
Como mulher na gestão o desafio é maior?
Com certeza, apesar da nossa insegurança, nós podemos e devemos assumir posições de liderança, pois, estamos muito bem qualificadas e assim quando nos expomos, emitimos opiniões e tomamos atitudes de líder, mesmo correndo o risco de desagradar a algumas e, por que não dizermos, à várias pessoas, pois, somos empreendedoras capazes e líderes natas por excelência.
É valioso as mulheres se organizarem em grupos com interesses comuns. A presença feminina no setor agropecuário não é nada nova, tem-se referencias até na Bíblia (Provérbios), mas percebe-se que, nos últimos anos, tem ganhado maior visibilidade e mais força graças à qualificação e a união entre as profissionais.
Houve momentos em que pensou em desistir?
Sim, houve vários momentos em que o desânimo, o medo, a sensação de impotência me impeliam a desistir. Porém, o maior desses fatores foi a discriminação de gênero.
Contudo, não desisti. Ao contrário, transformei cada um desses temores e medos com um incentivo a mais para continuar cada vez forte e focada nos meus propósitos e objetivos, que era o de provar, não só para os outros, mais especial e principalmente para mim que EU POSSO… EU CONSIGO…
Hoje com solidez na gestão e conhecimento na atividade, qual o conselho você passa para aqueles produtores que querem entrar na atividade?
Posso sugerir, que todas as pessoas do campo ou urbanos que desejam ingressar na atividade rural devem se qualificar, pois, o agronegócio não é para amadores.
Existem várias opções de qualificações para o meio rural. Basta saber qual o seu foco e partir para sua capacitação.
A realização da análise “SWOT-FOFA” deve ser um dos principais pontos a ser considerado pelo empreendedor, devendo ocorrer tanto da porteira para dentro quanto da porteira para fora.
Ademais, é primordial que conheçam a região em que pretendem atuar, quais as aptidões do solo, do mercado e da atividade que pretende desenvolver.
Por: Vanda Rizzia Ribeiro Guimarães.
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Foto: Arquivo pessoal
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