Sustentabilidade: Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

Que sustentabilidade é uma pauta de extrema importância você já deve saber né? Inclusive porque se você acompanha a nossa coluna agro, já deve estar ligadinho sobre o tema sustentabilidade no agronegócio – clique aqui para ler nossos artigos relacionados agora mesmo. Pois bem, hoje vamos dar sequência a essa temática tão importante e falar sobre a agricultura de baixa emissão de carbono. Continue a sua leitura para saber mais.

Texto: Jéssica Barbosa

A agricultura de baixo carbono propõe um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) que, como o nome diz, é a mistura das plantações, da criação de animais, e das coberturas florestais em um mesmo espaço. A combinação dessa técnica com o sistema de plantio direto (SPD) é uma das práticas deste modelo.

O SPD consiste em processos, como a menor mobilização da terra e a manutenção permanente da superfície do solo para evitar uma parte de sua erosão; a diversificação de espécies cultivadas (que diminui a pobreza do solo); e a diminuição do tempo entre colheita e semeadura, com o intuito de garantir a conservação da água e do solo.

A iLPF pode ser feita de três maneiras. Consorciada, quando o plantio é feito entre a vegetação nativa ou entre outros vegetais já plantados. Pode também ser feita com base na rotatividade, cultivando diferentes espécies em ciclos específicos ao longo do ano, e, finalmente, em sucessão, com o cultivo de diferentes culturas sem levar em consideração o tipo de plantas, ou qual a finalidade do uso da terra.

Como mencionado anteriormente, o objetivo dessa prática é evitar a escassez dos recursos hídricos e erosão do solo, garantir maior eficiência no processo de fixação de carbono e nitrogênio, garantido pelos diferentes usos da terra, a manutenção da biodiversidade da região e a diminuição da emissão de gases do efeito estufa.

O modelo em si é uma prática já implantada em grande parte das propriedades espalhadas pelo país, entretanto poucas pessoas conhecem na íntegra os enormes benefícios ao meio ambiente relacionados a esse sistema de integração.

O plano ABC

Entre 2007 e 2009, as negociações da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (CQNUMC) se intensificaram com o objetivo de criar um acordo multilateral que envolvesse todos os países nos esforços para reduzir a concentração de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, mas foi só em 2010 que as ações se concretizaram com a aprovação do Decreto 7.390 de 9 de dezembro de 2010, prevendo os planos setoriais que seriam a base das ações ligadas a Política Nacional sobre Mudanças do Clima – PNMC.

Qual a finalidade do plano nacional da agricultura de baixa emissão de carbono?

O objetivo geral do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – Plano ABC é promover a redução das emissões de GEE na agricultura – conforme preconizado na Política Nacional sobre Mudanças do Clima, melhorando a eficiência no uso de recursos naturais e aumentando a resiliência de sistemas produtivos e de comunidades rurais, possibilitando a adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas.

O Plano ABC é composto por sete programas:

  • Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas: A degradação de pastagens resulta em perda de cobertura vegetal e de matéria orgânica no solo, o que leva ao aumento da emissão de CO2 para a atmosfera, principal gás de efeito estufa.
  • Programa 2: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs): A técnica permite integrar produção agrícola, criação de gado e silvicultura, os SAFs combinam espécies florestais com lavouras tradicionais, ambas são técnicas que geram retorno financeiro pelo aumento da produtividade;
  • Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD): o plantio direto revolve o solo apenas na linha de semeadura, e usa material orgânico e palha de safras anteriores como adubo e alimento para o solo, existem inúmeros benefícios do sistema, entre eles estão a conservação do solo, da biodiversidade e da água, além do aumento da eficiência da adubação e a redução do consumo de combustíveis fósseis e do uso de fertilizantes.
  • Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN): a inoculação das sementes com bactérias capazes de fixar no solo o nitrogênio disponível na atmosfera reduz o uso de fertilizantes que contribuem para emissões de GEE.
  • Programa 5: Florestas Plantadas: a produção de florestas plantadas de origem nativa e/ou exótica contribui para a captura de CO2. Por aumentar a oferta de madeira, o plantio de exóticas também reduz a pressão sobre as matas nativas.
  • Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais: o tratamento dos dejetos animais reduz a emissão de metano e produz adubo orgânico, com potencial redução do uso de insumos químicos que contribuem para a geração de GEE, além de possibilitar a conversão de biogás em energia.
  • Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas: Além das tecnologias propostas nos primeiros seis programas, o Plano ABC também dedica um programa a estratégias de adaptação às mudanças climáticas em curso. O objetivo é promover sistemas diversificados e o uso sustentável da biodiversidade e dos recursos hídricos, com apoio ao processo de transição, a organização da produção, a garantia de geração de renda, a pesquisa e dentre outras iniciativas.

O primeiro período do Plano ABC foi até 2020, quando se encerrou o compromisso adotado em 2010, o plano reuniu uma série de metas e objetivos com foco na redução da emissão dos GEE e otimização das práticas descritas nos programas. Para este ano, o governo lançou o Plano ABC+ que prorroga as ações até 2030 e tem como um de seus principais desafios a capacitação de técnicos e produtores e a divulgação, para que essa informação e os recursos cheguem ao produtor.

Como isso pode ser útil para o produtor rural?

O produtor rural tem acesso a uma linha de crédito e, através dela, consegue financiamento para a adoção de tecnologias sustentáveis em sua propriedade.

Os financiamentos se dão por meio do Programa ABC, uma linha de crédito específica aprovada pela Resolução BACEN nº 3.896 de 17/08/2010.

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@jessicabarbosa.agro

Fonte: Agromulher, Ecycle, Embrapa.

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